quarta-feira, 23 de setembro de 2009






Detecção e tratamento das complicações crônicas do
diabetes melito.

O diabetes melito (DM) acomete cerca de 7,6% da
população brasileira entre 30 e 69 anos de idade.
Cerca de 50% dos pacientes desconhecem o diagnóstico
e 24% dos pacientes reconhecidamente portadores
de DM não fazem qualquer tipo de tratamento1.
As complicações crônicas do diabetes melito (DM)
são as principais responsáveis pela morbidade e
mortalidade dos pacientes diabéticos. As doenças
cardiovasculares representam a principal causa de
morte (52%) em pacientes diabéticos do tipo 22.
Diversos fatores de risco, passíveis de intervenção,
estão associados ao maior comprometimento cardiovascular
observado nos pacientes diabéticos. Entre
eles estão a presença da Nefropatia Diabética
(ND) e da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).


Pé em risco de úlceras
Os fatores de risco mais importantes para o
aparecimento de úlceras nos pés são a neuropatia
diabética periférica, a desinformação sobre os cuidados
com os pés, presença de pontos de pressão
anormal que favorecem as calosidades, as deformidades,
a doença vascular periférica e as dermatoses
comuns (sobretudo entre os dedos). Os pacientes
com história prévia de úlcera ou amputação são
particularmente considerados como de elevado risco
para o desenvolvimento de novas úlceras. A
avaliação clínica baseia-se em um exame físico dos pés que inclui a inspeção e palpação da pele (coloração
e temperatura), unhas, do subcutâneo e da
estrutura dos pés, a palpação dos pulsos arteriais
tibial posterior e pedioso (que pode estar ausente
em 10% de indivíduos normais) e a avaliação da
sensibilidade protetora plantar. Idealmente, esta
deve ser feita utilizando um monofilamento de 10g
em seis regiões do pé.
Em cada consulta deverá ser realizada
inspeção dos pés para avaliar a presença de unha
encravada e/ou deformada, deformidades dos dedos
e do arco plantar, áreas de calosidades, rachaduras,
fissuras e bolhas, úlceras e intertrigo micótico.
Além disso, deve-se realizar uma inspeção dos calçados,
verificar a presença de pontos de atrito ou de
pressão plantar excessiva, desgaste irregular, etc.
Seguindo esses procedimentos, os pacientes diabéticos
em risco de apresentarem úlceras poderão ser
facilmente identificados.

Pé em risco de úlceras
A detecção de diminuição de sensibilidade ao
monofilamento ou de insuficiência circulatória periférica,
assim como a presença de lesões préulcerativas
cutâneas ou estruturais, definem o paciente
em risco para úlceras. Esses pacientes devem
receber material informativo de educação,
avaliação freqüente, receber cuidados
por profissional habilitado a cerca do uso de calçados
adequados e acesso a um tipo de calçado especial,
se houver deformidades.

Tratamento
Cuidados gerais para os pés
1. Examine seus pés diariamente: se for necessário peça
ajuda a um familiar ou use um espelho.
2. Avise seu médico se tiver calos, rachaduras, alterações de
cor ou úlceras.
3. Vista sempre meias limpas preferentemente de lã ou
algodão.
4. Calce apenas sapatos que não lhe apertem, preferencialmente
de couro macio. Não use sapatos sem meias.
5. Sapatos novos devem ser usados aos poucos. Use-os nos
primeiros dias apenas em casa por no máximo duas horas.
Compre-os de preferência no final do dia.
6. Nunca ande descalço, mesmo em casa.
7. Laves seus pés diariamente, com água morna e sabão
neutro. Evite água quente. Seque bem os pés,
especialmente entre os dedos.
8. Após lavar os pés use um hidratante a base de lanolina, mas
não aplique entre os dedos.
9. Corte as unhas de forma reta, horizontalmente.
10. Não remova os calos, nem procure corrigir unhas
encravadas. Procure um tratamento profissional.

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