terça-feira, 18 de agosto de 2009

Amiloidose

A amiloidose é uma doença rara ( afeta oito em cada 1 milhão de pessoas ), progressiva e geralmente incurável, caracterizada pelo acúmulo, ao redor dos vasos sangüíneos, de pedaços de proteína dobrados em folhas de pregueamento "beta", proteínas essas que são produzidas na medula óssea em conseqüência a uma série de doenças.
As proteínas vão se depositando em um ou mais órgãos, o que pode comprometer o seu funcionamento ou , até, levar a morte. Os órgãos mais afetados são o coração, rins, trato gastrintestinal e sistema nervoso central, mas pode afetar também língua, músculos, pele, ligamentos, articulações, baço, pâncreas e, claro, o fígado.
Esta doença não tem distinção de gêneros, porém é mais comum em pessoas acima dos 40 anos de idade.

Tipos de Amiloidoses
Amiloidose primária (AL) é a mais comum, aonde a proteína amilóide é um fragmento da cadeia leve de imunoglobulinas que é produzida em excesso por células imunológicas.
Amiloidose secundária (AA), a proteína depositada é chamada de amilóide sérico A e é uma proteína produzida pelo fígado em resposta a processos inflamatórios.
Amiloidose hereditária é muito rara e ocorre quando uma mutação genética leva a produção de uma proteína amilóide.
Esses 3 tipos acima são caracterizadas como amiloidoses sistêmicas, no entanto há as amiloidoses localizadas que estão limitadas a órgãos e associadas ao envelhecimento e/ou à
Diabetes Mellitus, ocorrendo em órgãos isolados, sem qualquer evidência de
comprometimento sistémico.
Comparação entre o glomérulo de um rim normal e um com amiloidose
(fotografia microscópica)
O glomérulo vai se transformando em uma "bola hialina", seu tamanho é o mesmo, porém o volume aumenta devido a deposições de substâncias exógenas.
Nas amiloidoses sistêmicas, independente da causa, os rins são os órgãos mais afetados e os principais responsáveis pela morte, através de insuficiência renal crônica.

Sintomas
A pessoa tem queixas de fadiga, perda de peso, edema nas pernas e falta de ar antes do diagnóstico. Podem apresentar sensibilidade diminuída nos dedos, diarréia, empachamento após alimentação, aumento na espessura da língua e tonturas ao se levantar.
Costumeiramente há uma hepatomegalia pela deposição dos amilóides, mas isso raramente chega a prejudicar a sua função.
Diagnóstico
Após a suspeita clínica, pode ser realizada a pesquisa de amilóides de cadeia leve no sangue ou urina. Depois disso, realiza-se biópsias de gordura subcutânea, mucosa retal e/ou medula óssea para confirmação diagnóstica. Em alguns casos, é necessária a coleta de biópsia do órgão afetado.

Tratamento
Não há cura para a amiloidose.
Os objetivos do tratamento, são reduzir ou diminuir a produção do amilóide, eliminar depósitos, aliviar ou curar a doença de base e tratar as complicações decorrentes pelos depósitos nos órgãos acometidos. Para isso, drogas como: melfalan, prednisona, colchicina, talidomida, dexametasona e outros, estão sendo usadas, mas com resultados limitados.
No caso da amiloidose hereditária com produção de transtiretina, por exemplo, proteína que causa lesões neurológicas e cardíacas fatais, mas é produzida no fígado, e a realização de transplante hepático é capaz de prevenir essas complicações.
Ou ainda, a quimioterapia seguida de transplante autólogo de células-tronco da medula óssea traz bons resultados.
DICA: Quem se interessou pelo assunto e quer conhecê-lo melhor!! Acesse o link abaixo e leia tudo sobre amiloidose! (Dissertação de mestrado)
http://www.fcsaude.ubi.pt/thesis/upload/118/721/filomenaxavier_amilo.pdf

3 comentários:

  1. Muito esclarecedor este texto. Espero que todos possam ter a oportunidade de lê.

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  2. Wilson S. Marques

    No Brasil, tenho uma paciente de 68 anos, que enfartou e após tal, por meio de exame de sangue, urina e pele postado a Espanha, descobriu-se amiloidosis, com 27 un/ml quando o valor de referência para negativo seriam de até 15 un/ml. Tenho estudado o assunto, porém, até o momento, o único estudo com dosagem que encontrei tratou de 05 mg de Colchicina duas vezes ao dia ,porém contra indicado para paciente com cardiopatia grave, como é o caso. Deparei-me com o estudo da Mestra Filomena Campos Xavier para a qual recorro orientar-me qual a dosagem de predlisona recomendada? A paciente apresenta quadro de hipotensão, sendo me parecer que tal medicamento (predlisona) embora eleve a pressão, não representa risco a paciente. Agradeceria qq orientação pois minha paciente está piorando dia a dia. wsm0411@yahoo.com.br, wsm0411@gmail.com

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  3. Algum médico tem interesse em fazer estudo do meu caso.

    Catarina Desidério

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