segunda-feira, 30 de novembro de 2009

DOENÇA DE HUNTINGTON


DOENÇA DE HUNTINGTON


A doença de Huntington é uma afeção degenerartiva progressiva do sistema
nervoso com padrão de herança autossômico dominante de penetrância completa.

O quadro sindrômico caracteriza-se por movimentos involuntários coreiformes
e alterações cognitivas que desenvolvem-se em torno dos 40 anos de idade,
progredindo até a morte em um período de aproximadamente 10 a 15 anos.

O diagnóstico da coréia de Huntington é realizado após a observação das
manifestações clínicas típicas da síndrome, associada com uma história familiar
positiva de coréia de Huntington. A confirmação do diagnóstico é feito utilizando a
técnica de PCR, que permite a contagem do número de expansões CAG presentes
na porção 5’do gene IT15 no braço curto do cromossomo 4.

A Doença de Huntington (DH) também conhecida como coréia de Huntington,
tem esse epônimo em homenagem a George Huntington, autor da primeira
publicação científica da síndrome clínica, que foi apresentada em abril de 1872, na
revista norte-americana "the medical and surgery reporter"1 com o nome de coréia
hereditária.

“A doença comumente se inicia por leves abalos dos músculos da face, que
aumentam gradativamente em violência e variedade. As pálpebras são mantidas
piscando, a testa franzida depois elevada, o nariz torcido para um lado e depois para
o outro e a boca se volta em direções variadas, dando ao paciente a aparência mais
ridícula que se possa imaginar”.

EPIDEMIOLOGIA

A prevalência de indivíduos afetados com DH tem uma distribuição relativamente homogênea em todo mundo variando de 5 a 10 casos por 100.000 indivíduos.
No Brasil não existem dados sobre a real prevalência ou incidência da coréia de Huntington.

GENÉTICA

Tipo de herança
Atualmente, estão descritos milhares de fenótipos mendelianos, sendo que
boa parte são caracteres autossômicos dominantes.

ALTERAÇÕES GÊNICAS

A DH é primariamente uma doença monogênica o que reforça a necessidade
de sabermos qual o gene específico desta doença e o seu produto de transcrição.

FISIOPATOLOGIA

O gene IT15 normal é responsável pela codificação da
proteína"huntingtina”. Ela está presente em vários tecidos do corpo,
embora esteja mais concentrada no cérebro. O RNA mensageiro (RNAm) Huntington - responsável pela síntese da proteína huntingtina - é expresso em níveis elevados em neurônios de todo o sistema nervoso, estando também presente com menos freqüência em outras regiões do organismo.

A primeira alteração neuropatológica da DH é a perda de neurônios na parte
paraventricular medial do núcleo caudado e no putâmen dorsal.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

A doença de Huntington (DH) é um distúrbio degenerativo progressivo que
causa alterações no controle motor e emocional, prejuízo da habilidade cognitiva e o aparecimento de movimentos involuntários, classicamente a coréia.
O começo das manifestações clínicas pode ser prenunciado por uma alteração na
personalidade, que interfere com a capacidade com a capacidade do paciente de
adaptar-se ao seu ambiente.
Um sinal precoce da doença é a incapacidade de realizar, corretamente,
movimentos seqüenciais ou de executar, de maneira rápida e harmônica,
movimentos simples repetidas vezes. Alterações sutis na marcha podem ser
observadas no começo da doença e, com a progressão dessa, as dificuldades
tornam-se mais pronunciadas.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da DH pode ser realizado baseado na presença das
manifestações clínicas de disfunção motora progressiva, envolvendo movimentos
voluntários e involuntários, acompanhados de distúrbios mentais como déficit cognitivo, distúrbios afetivos e alterações de personalidade em pacientes que
apresentam uma história familiar positiva de DH.

TRATAMENTO

A doença de Huntington é uma enfermidade incurável, cuja progressão não
pode ser interrompida, sendo que o tratamento é puramente sintomático. A terapia
farmacológica, com drogas bloqueadoras dos receptores dopaminérgicos, como as
fenotiazinas ou o haloperidol, pode controlar a discinesia e alguns dos distúrbios
comportamentais.

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